quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O Pão


Pai me dá um pão? – Diante deste pedido fica difícil para o pai negar. “Até vós que sois maus dá o pão a seu filho quando lhes pedem, em vez de uma cobra [...]” já dizia o livro sagrado. Mas, e o que dizer daqueles que não tem como comprar o pão?
Roubar nem sempre é pecado. Roubar seria pecado? Pecado é colocar nomes tão pesados a atos – legalmente errados, é verdade – por uma casa que nos pareça justa...
Um dia roubei teu coração, e tu passaste a me amar. Se não o tivesse roubado antes, tu me amarias? Agora me condene se eu sou um pecador!
Entrei, peguei – não utilizarei o termo “roubar” porque não o acho conveniente –, mas meu filho estava com fome. E aqueles centavos da diferença que paguei com o aumento do preço? Isso não conta? Então há de convir que não simplesmente peguei.
Tu na me condenastes? É, sei que também me amas. Se não tivesse eu roubado o teu coração, tu seria a suposta “ladrona”. Não! Não te chamarei assim, pois apenas resgatastes meu coração da melancolia de uma vida solitária. Chamarei-te de que então? Padeira! Não! Ela é quem torna caro o produto: Tu és meu pão! O tão almejado pão!

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